A Costa do Lixo

Acúmulo de resíduos e o esgoto derramado nas águas da baía de Maputo tem espantado frequentadores da Praia Costa do Sol

Faltando menos de um mês para Maputo completar seus 125 anos (próximo dia 10 de novembro), a cidade, apesar de suas belezas naturais e arquitetônicas que lhe conferem um certo charme, atualmente sofre com problemas que poderiam ser minimizados por maiores cuidados por parte do poder público local e por uma maior consciência de seus moradores.

A capital de Moçambique, em outros tempos, foi  muito admirada por suas belezas naturais, principalmente por sua praia banhada pelo Índico. Por muito tempo, um dos cartões postais da cidade foi a Praia Costa do Sol. A atual Maputo, no entanto, não tem motivos para se orgulhar com o que tem ocorrido com sua principal praia .

A sujeira tomou conta desse ambiente público, o esgoto invadiu suas águas, e tudo isso tem preocupado inúmeros frequentadores, pescadores e comerciantes locais.

Quem navega pela baía de Maputo e caminha nos arredores da Costa do Sol, vê dezenas de resíduos de vários tipos espalhados no mar e na faixa de areia que corta a praia.

São latinhas de cerveja jogadas no chão, preservativos usados, copos amassados, embalagens plásticas de refrigerante, garrafas de vidro quebradas, além de restos de comida jogados no chão.

Em alguns pontos da praia, o cheiro ruim do lixo tomou conta. As barracas da Av. Marginal tem vendido cada vez menos porque a visitação da praia caiu bruscamente, e o comércio naquele sítio (lugar, como dizem por aqui) tem sentido esses efeitos.

Todo esse lixo vem causando uma série de transtornos para quem ainda insiste em frequentar a praia. Conversando com frequentadores e ambulantes que trabalham na Costa do Sol, fui informado de que há vários relatos de usuários que contraíram doenças de pele como micoses, conjuntivite e verminoses.

A verdade é que a Praia Costa do Sol deixou de ser o cartão postal de Maputo, como foi no passado. A paisagem ainda é linda, mas não de todos os ângulos agora.

O que se vê por lá em determinados pontos é um descaso das autoridades em relação à coleta de lixo e a falta de colaboração dos frequentadores. Essas situações têm espantado muita gente da praia.

Ninguém gosta de frequentar uma praia onde sua areia está repleta de resíduos e a água é imprópria para o banho. E a sujeira e o esgoto derramados na Costa do Sol têm sido os motivos principais para diminuir o número de visitantes, além de  atrapalhar o lazer de vários banhistas, espantar a pesca e ainda prejudicar sensivelmente o comércio local.

Maria Luisa Cossa, 38 anos, vendedora de capulanas na Av. Marginal, explica que a sujeira do lugar tem atrapalhado os seus negócios. “Trabalho aqui há mais de dez anos e nunca vi tanto lixo jogado. Hoje, estar a vender oito ou dez capulanas é raro. E a culpa disso é o lixo que está a se acumular por aqui. Essa sujidade não está a permitir que o turista venha e se ponha a gastar com nossos produtos”, afirmou.

A vendedora ainda falou da falta de cuidados do Conselho Municipal (Prefeitura, como chamam por aqui). “Antes, existia uma parceria da Mcel com o Conselho Municipal para limpar a praia. Mas não sei o que aconteceu e a coisa está a parar. Vejo somente carros do Conselho Municipal a recolher o lixo uma vez por semana. Isso é muito pouco”, declarou.

Já a frequentadora da Costa do Sol, Dércia Antônio, 18 anos, culpa os próprios usuários da praia pela sujeira no local. “Sempre estou nesse sítio com minhas amigas. O se vê aqui são as pessoas que frequentam a Costa do Sol a jogar tudo no chão. Faltam ainda lixeiras na praia”, considerou.

De acordo com ela, a consciência da população é um fator preponderante para evitar o acúmulo de lixo na praia. “Nós é que somos os responsáveis por “deitar” (sic) o lixo no chão. Jogar o lixo em um saco plástico estaria a resolver parte desses problemas. É muito fácil por a culpa no Conselho Municipal, que não está a fazer seu papel de limpeza da praia. Mas uma coisa deve ser dita: não é também o Conselho Municipal a “deitar” (sic) o lixo na areia”, ressaltou.

Segundo a vendedora de peixes da Costa do Sol, Maria Amélia, 37 anos, não há lixeiras suficientes na praia. “Fico aqui a vender peixes diariamente. E o que está a me impressionar é que o Conselho Municipal cruzou os braços. Falta-nos mais contentores de lixo e o que peço sempre aos meus clientes é que joguem seus restos de comida nesta sacola, que sempre trago comigo”, relatou.

Além da questão do lixo, outro aspecto negativo é o esgoto jogado na baía de Maputo.

O pescador Albino Vasco, 35 anos, relata que a sujeira da água tem espantado os peixes. “Mesmo na água encontramos garrafas e vidros quebrados. Se calhar para apanharmos camarão e peixes temos que ir muito longe para conseguir. O camarão foge e não dá para apanhá-los”, disse.

Perguntado se há uma mobilização dos pescadores para exigir do Conselho Municipal uma atitude mais eficaz, o pescador respondeu negativamente. “Estamos a tentar conversar com Conselho Municipal sobre isso. Mas não alcançamos bom resultado. A água está cheia de resíduos do esgoto do Hospital Central e das casas por perto. Um problema muito sério para nós que não estamos a apanhar  peixes como antigamente”, denunciou.

Procurado, o Conselho Municipal de Maputo – CMM, não quis se manifestar sobre o assunto. No entanto, há também notícias animadoras.

Há informações de que a Associação Moçambicana de Reciclagem está recolhendo assinaturas para um memorando que deverá ser entregue às autoridades competentes. O que se quer com isso é exigir a imediata limpeza da praia. Clique aqui para saber mais.

Veja na tabela abaixo o tempo de decomposição de alguns materiais encontrados nas areias da Costa do Sol (Fonte: Ecologia.org).

Material

Tempo

Papel

2 a 4 semanas

Palito de Fósforo 6 meses
Papel plastificado 1 a 5 anos
Casca de banana ou laranja 2 anos
Chiclete 5 anos
Latas 10 anos
Ponta de cigarro 10 a 20 anos
Couro 30 anos
Sacos plásticos 30 a 40 anos
Cordas de nylon 30 a 40 anos
Latas de alumínio 80 a 100 anos

Tecido

100 a 400 anos

Vidro

4.000 anos

Garrafas plásticas e pneus

 

indefinido

Enfim, a limpeza pública de uma praia seja em Moçambique, no Brasil ou em qualquer lugar, cabe a todos. É importante lembrar que os frequentadores da praia (visitantes, banhistas e moradores) são também responsáveis por gerar esses resíduos. Oxalá tenham mais consciência a respeito, e o poder público local não faça vista grossa frente a esses sérios problemas do lixo e do esgoto.

Hambanine e até o próximo post!

A verdadeira lata de sardinha ambulante

Transporte público na capital de Moçambique é sinônimo de desrespeito

O transporte coletivo é parte essencial de uma grande cidade. Falei o óbvio, não? Mas aqui em Maputo o buraco é mais em baixo.

De acordo com uma matéria de um jornal de Moçambique, O País, a capital Maputo “tem um crescimento populacional de 1,2 por cento por ano. Segundo os resultados do Censo Geral da População e Habitação, a cidade contava com 1.094.315 habitantes em Agosto de 2007”, ou seja, a população tem crescido a cada ano e os serviços de  transporte coletivo não têm acompanhado o ritmo. Quer saber mais sobre isso? Clique aqui.

Me indignar com o que vejo os moçambicanos passando e sentir esses problemas do transporte público em Maputo na pele (afinal, sou também um usuário), me motivou a escrever esse post. Dos muitos lugares que conheci, talvez Maputo seja a cidade que mais sofre com o descaso político em relação ao transporte coletivo. Nem em La Paz, capital caótica da paupérrima Bolívia, percebi tantos problemas.

Para falar a verdade, acho que Maputo não tem de fato um sistema de transporte público. A TPM é uma TPM mesmo. A responsável TPM (Transportes Públicos de Maputo) está de brincadeira com a população.

O que vejo aqui é uma humilhação diária que os moçambicanos enfrentam. Bixas (filas, como dizem por aqui) intermináveis e preços altos dos “chapas” (van, no dialeto changana) que não condizem com a realidade do serviço prestado. Tudo isso é apenas a ponta do iceberg. Assim como em qualquer grande centro urbano no mundo, os moçambicanos  dependem diretamente do transporte coletivo para ir ao trabalho, ao médico, para a ir à escola, entre outros destinos.

A  dificuldade de locomoção da população por aqui beira o absurdo. Todos sabemos que os transportes públicos em um metrópole são fundamentais para levar as pessoas de um ponto a outro na área dessa grande cidade. E aqui não há ônibus (poucos, na verdade) ou metrô que prestam serviços minimamente decentes, como estamos acostumados em nosso país. Acha o transporte público ruim no Brasil? Experimente vir para Maputo (risos).

O transporte coletivo é feito na maioria esmagadora das vezes pelos “chapas” e o desconforto, as más condições dos veículos e a superlotação incomodam muito os usuários. Não se respeita o número máximo de passageiros dentro dos veículos e quando todos entram, vejo dezenas de passageiros ficarem com o bumbum para fora  e outros sentados na janela. Cinto de segurança? Ah, nem sei se existe isso para quem pega os “chapas”.

Na capital de Moçambique não há ônibus coletivos que ligam o centro aos bairros e os bairros ao centro. O que a população utiliza por aqui são essas vans de 15 lugares. Dependendo do horário você pode entrar numa van de 15 lugares e se deparar com  mais de 25 moçambicanos espremidos como sardinhas dentro de uma lata motorizada.

Uma cartilha politicamente correta daria conta de que o meio de locomoção coletivo de uma grande cidade deve propiciar aos munícipes condições plenas de se locomover, garantindo o seu direito de ir e vir. Ela poderia mencionar a luta por uma melhor qualidade de vida para a população, traduzida por condições de transporte dignas, com segurança e acessibilidade. Poderia ainda intencionar uma rede de transportes integrada e eficiente para o povo.

Só que aqui o “maputense” fica a ver “chapas” lotados, apressados e que não o atendem. Os veículos são superantigos e os motoristas despreparados dirigem como se estivessem dentro de um fórmula 1. Detalhe: muitas dessas vans que transitam em Maputo sequer tem a documentação regularizada junto aos órgãos próprios.

Debates pertinentes ao transporte público são sempre bem vindos em qualquer grande centro urbano do mundo, mas no caso de Maputo, acho difícil se chegar a uma conclusão precisa. Aqui, como na maioria das metrópoles brasileiras, o transporte coletivo é caótico. Além do tráfego intenso de automóveis, vias pouco sinalizadas, esburacadas e semáforos que não se entendem, a capital de Moçambique sofre com a falta de cuidados por parte do poder público.

Pelo que apurei, o transporte coletivo é um dos serviços mais criticados pelos moradores de Maputo. E não é difícil entender o porquê disso, concorda?

Estimativas do Conselho Municipal

Chapas desconfortáveis e em más condições, motoristas que não param nos pontos e desrespeito aos horários são as críticas mais recorrentes.

Pensando nisso fui até a “Direcção Municipal de Transporte e Trânsito” de Maputo, órgão responsável pelo trânsito na capital vinculado ao Conselho Municipal (entenda Prefeitura), para falar com o responsável. O chefe desse departametno não se encontrava no gabinete durante toda a tarde que esperei e os funcionários não quiseram se manifestar sobre o assunto. Lá obtive apenas dados interessantes que mostro a seguir.

De acordo como o órgão que cuida do trânsito, “o número estimado de passageiros transportados durante o mês pelos operadores de transportes coletivos cadastrados é de 2,870.640 passageiros”.  Pensei comigo: e os que não estão cadastrados? Bom, deixa isso para lá. Mas a verdade é que esse número é bem maior.

Veja abaixo o que pensam alguns usuários de chapa e chapeiros em Maputo.

Usuários:

Simião Alberto, 25 anos, comerciante informal. É morador do bairro de Zimpeto. 

“Deve mudar a atitude dos cobradores e dos motoristas, porque há muitos chapas, mas não há seriedade por parte deles. Eles encurtam as rotas e não chegam aos terminais. Isso provoca um grande fluxo de pessoas e bixas enormes. (…) penso que o município deve entrar em contato com os motoristas para sensibilizá-los a mudar de comportamento, porque sofremos muito quando há fluxo de pessoas nas paragens e tem aparecido oportunistas que furtam nossos bens. Os chapeiros encurtam a distância sempre. Como eu não tenho carro pessoal e moro longe, a minha deslocação depende dos chapas e só através deles chego ao meu setor de trabalho.

(…) o preço dos chapas é razoável. O que tem acontecido é que acabamos gastando mais em relação ao valor simbólico marcado devido as ligações que fazemos diariamente. Para chegar ao Museu saindo de Zimpeto subo três chapas e diariamente gasto 25 meticas”.

Isabel Fernando, 42 anos, doméstica. É moradora do bairro de Kongolote. 

“É difícil subir chapa. Diariamente para chegar em casa tenho de me sacrificar e entrar em qualquer chapa. Fico mais de 40 minutos a espera de chapa todos os dias. Apesar de existir muitos chapas para chegar em casa subo dois ou três chapas e em média gasto 30 meticais. O serviço só não é melhor porque falta planejamento. (…) o valor pago acho justo, mas nos tratam mal”.

 

Lucas José Cosabla, 52 anos, contabilista. Trabalha na Câmara do Comércio de Moçambique. É morador no bairro da Machava Socimol. 

“Tudo deve mudar porque diariamente tenho ficado duas horas a espera de chapas. Estou aqui a mais de 35 minutos a espera do transporte e até agora nada. Os motoristas devem parar de encurtar as rotas. O que acontece é que, por exemplo, os chapas que deviam ir a Machava Socimol nunca chegam até o destino final.

(…) para chegar em casa tenho de fazer outras ligações de chapas ou caminhar a pé até a minha residência, porque os chapas encurtam as rotas. Mas ainda acho  o valor dos chapas justo, tendo em conta o preço dos combustíveis e os custos de manutenção”.

 

Alice José Cuna, 20 anos, estudante da Escola Secundária Josina Machel. É moradora do bairro Ferroviário.  

“Tem muitos carros, mas não circulam devidamente. Por dia subo quatro chapas, dois a ir a escola e dois a voltar. Com isso, gasto 20 meticais por dia quando só devia gastar apenas 10 meticais. Por que? Porque os motoristas encurtam as distâncias e não chegam até os terminais. Pela distância que os chapas andam, o valor do chapa ainda é justo, mas sofremos, tem vezes que não abrem as cadeiras para sentarmos, somos sujeitos a viajar de pé e apertados. O chapa não é confortável, as cadeiras tem lugar para três pessoas, mas sentam quatro, nos chapas maiores nem sentamos. Numa chapa que comportam 15 pessoas são transportadas 25, 30 pessoas. Apertados como em uma lata de sardinhas”.

 

Chapeiros:

Um chapeiro não quis se identificar. Mas falou abertamente sobre a questão.

“Faço a rota do Museu-Massaroca. O horário de pico é na parte da manhã e no final da tarde. Acho um pouco difícil nos darmos com os passageiros, porque cada um tem sua maneira de pensar e de reagir.

Os preços do chapa são relativamente baratos. A pessoa que pega o chapa daqui para o Benfica, por exemplo, paga 7,50 meticais. Mas há outros que descem por exemplo no Jardim e pagam 5 meticais. Para mim o preço ainda está bom.  Acredito que se não houvesse o chapa iria haver muita dificuldade de circulação de passageiros em Maputo. Desde que trabalho como chapeiro, já me deparei com policiais um pouco chatos né, que não parecem racionais de vez em quando e se aproveitam da situação difícil no trânsito. Ficam sempre a extorquir dinheiro de nós motoristas”.

João F. Mateus, 40 anos, chapeiro há 9 anos.

“Os chapeiros tem muitos problemas. Temos tido problemas com engarrafamentos e com a tarifa paga que é um pouco baixa. A rota que faço e T3-Museu. Ultimamente, não tem hora morta, sempre muito trânsito e movimento.

Levando em conta o vencimento das pessoas as tarifas são até baixas e correspondem. Temos tido problemas com a polícia, em qualquer esquina tem polícias e você pode estar certo com todos os documentos que eles sempre arranjam algum problema.

(…) ser chapeiro não é rentável, quando faço as contas no final do mês vai me sair uns 25.000 meticais. Desses 25.000 gasto uns 7.000 com a revisão do carro, tenho que comprar pneus e tenho que pagar o trabalhador que cobras tarifas. No final, chego a ficar com uns 6000/7000 meticais por mês. Não é sempre muito rentável”.

Os cadeirantes não tem vez

Já andei bastante pelas ruas de Maputo e quase não vejo cadeirantes nas ruas. As ruas são queijos suíços (sem exceções), repletas de obstáculos. Quando penso nisso me revolto e fico a me perguntar: como um cadeirante transita por aqui? Não, ele não transita. Essa é a verdade.

Não há pontos de chapas descentes para quem tem dificuldade de locomoção, e imagine colocar um cadeirante dentro de um chapa lotado até na tampa? Não dá. Ponto. Triste constatação. E as autoridades competentes nisso tudo? Bom, devem estar tomando um chazinho gelado no Hotel Polana e com certeza não devem ter ninguém na família que é cadeirante ou deficiente visual.

Transitam apenas dentro de seus carros de vidros escuros com ar condicionado ligado e, com olhares indiferentes não percebem a dificuldade dos moçambicanos. Ponto.  Outra triste constatação.

Como você vê é difícil mudar esse quadro tendencialmente negativo. Mas para além desses problemas apresentados, tenho que mencionar  que me incomoda também  a resignação dos moçambicanos. Há um conformismo generalizado quanto a isso que me assusta.

Confira abaixo algumas das rotas de chapas em Maputo, Matola, Marracuene e Boane:

Terminais em Maputo: Museu, A. Voador, Xipamanine, Hulene, Malhazine, Benfica, Albazine, Zimpeto, P. Combatentes, Costa do Sol, Matendene, Magoanine, Drive In, B. Jardim, Laulane, Baixa – Praca dos Trabalhadores e Oliveiras.

Terminais em Matola: Zona Verde, Machava-Benede, Machava-Socimol, Machava-Sede, Liberdade, Patrice Lumumba, Congolote, São Damanso, Padaria Boane, Malhampswene, Km -15, Nkobe, Mapandane (1º de Maio), Licuacuanine (Khongolote), T3, João Mateus, Fomento, Cidade da Matola, Matola “C”, Tchumene, Intaka, Singathela, Boquisso, Matola-Gare e Unidade “J”.

Terminais em Boane: Boane, Namaacha, Bela Vista, Changalane, Catuane, Massaca, Saldanha, Goba, Mafuiane, Matola Rio, Salamanca, Estevel e Rádio Marconi.

Terminais em Marracuene: Mateke, Muchafutene e Gwava.

(Mc) = Marracuene           

(Mt) = Matola                                    

(B) = Boane

             De        Para      Via

 

Museu

Xipamanine

Marien Ngobi

 

Museu

Albazine

Praça dos Heróis

 

Museu

Hulene

Praça dos Heróis

 

Museu

Hulene

E.Mondlane/Av de Angola

 

Museu

Laulane

E.Mondlane/Av de Angola

 

 

Museu

Laulane

E.Mondlane/Av de Angola

 

Museu

Magoanine

E.Mondlane/Av de Angola

 

Museu

Magoanine

E.Mondlane/Av de Angola

 

Museu

P.Combatentes

H.Central/Praca O.M.M

 

Museu

Malhazine

Benfica

 

Museu

Malhazine

Marginal/Oliveiras

 

Museu

Matendene

Benfica

 

Museu

Zimpeto

Benfica

 

Museu

Zimpeto

Marginal/Oliveiras

 

A. Voador

Xipamanine

G.Popular/E.Mondlane

 

A. Voador

Costa do Sol

E.Mondlane

 

A. Voador

P. Combatentes

Kar Max/V.Lenine

 

A. Voador

P. Combatentes

Praça dos Heróis

 

A. Voador

Hulene

Praça dos Heróis

 

A. Voador

Hulene

Praça dos Heróis

 

 

A. Voador

Albazine

Praça dos Heróis

 

A. Voador

Albazine

Praça dos Heróis

 

A. Voador

Magoanine

E.Mondlane/Av de Angola

 

A. Voador

Malhazine

E.Mondlane/Av de Angola

 

A. Voador

Malhazine

E.Mondlane/Av de Angola

 

A. Voador

Benfica

Marginal/Oliveiras

 

Xipamanine

Hulene

Av de Angola

 

Xipamanine

Drive In

A.v de Angola

 

P.Combatentes

Benfica

Hulene/Malhazine

 

Costa do Sol

B. Jardim

Marginal/Oliveiras

 

Zimpeto

Cidade da Matola (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Zimpeto

Machava Socimol (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Zimpeto

P. Boane (B)

Marginal/Oliveiras

 

Zimpeto

Singathela (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Zimpeto

Singathela (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Benfica

Liberdade (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Benfica

1º de Maio (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Benfica

Inataka (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Benfica

Boquisso (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Benfica

Mapandane (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

Malhampswene (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

P. Lumumba (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

P. Boane (B)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

Fomento (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

Liberdade (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

Matola C (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

Machava Socimol (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

Cidade da Matola (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

Nkobe (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Baixa

Unidade H (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Junta

Cidade da Matola (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Junta

P. Boane (B)

Marginal/Oliveiras

 

Junta

Liberdade (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Junta

Machava Socimol (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Malhampswene (Mt)

Cidade de Matola (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Malhampswene (Mt)

Mozal (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Malhampswene (Mt)

Thcumene (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Malhampswene (Mt)

Boane (B)

Marginal/Oliveiras

 

Cidade da Matola (Mt)

P.Lumumba (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Cidade da Matola  (Mt)

P.Lumumba (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Cidade da Matola (Mt)

Liberdade (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Cidade da Matola (Mt)

Nkobe (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Cidade da Matola (Mt)

Khongolote (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Matola C (Mt)

Michafutene (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Matola-Gare (Mt)

Machava-sed (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Matola-Gare (Mt)

Tenga (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

T.3 (Mt)

Matlemele (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

T.3 (Mt)

Licuacuanine (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Liberdade (Mt)

Mulotane (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

P. Lumumba (Mt)

Nkobe (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Tsivene (Mt)

Boquisso (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Muhalaze (Mt)

Drive-in (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Machava (Mt)

Mozal (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Matendene (Mt)

Singathela (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Mavoco (Mt)

Unidade J (Mt)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Namaacha (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Bela Vista (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Changalane (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Catuane (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Massaca (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Saldanha (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Goba (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Cèlula (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Mafuiane (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Salamanca (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Estevel (B)

Marginal/Oliveiras

 

Boane (B)

Radio Marconi (B)

Marginal/Oliveiras

 

Matola Rio (B)

Maputo

Marginal/Oliveiras

Espero que tenha gostado. Hambanine e até o próximo post!