Transporte público na capital de Moçambique é sinônimo de desrespeito
O transporte coletivo é parte essencial de uma grande cidade. Falei o óbvio, não? Mas aqui em Maputo o buraco é mais em baixo.
De acordo com uma matéria de um jornal de Moçambique, O País, a capital Maputo “tem um crescimento populacional de 1,2 por cento por ano. Segundo os resultados do Censo Geral da População e Habitação, a cidade contava com 1.094.315 habitantes em Agosto de 2007”, ou seja, a população tem crescido a cada ano e os serviços de transporte coletivo não têm acompanhado o ritmo. Quer saber mais sobre isso? Clique aqui.
Me indignar com o que vejo os moçambicanos passando e sentir esses problemas do transporte público em Maputo na pele (afinal, sou também um usuário), me motivou a escrever esse post. Dos muitos lugares que conheci, talvez Maputo seja a cidade que mais sofre com o descaso político em relação ao transporte coletivo. Nem em La Paz, capital caótica da paupérrima Bolívia, percebi tantos problemas.
Para falar a verdade, acho que Maputo não tem de fato um sistema de transporte público. A TPM é uma TPM mesmo. A responsável TPM (Transportes Públicos de Maputo) está de brincadeira com a população.
O que vejo aqui é uma humilhação diária que os moçambicanos enfrentam. Bixas (filas, como dizem por aqui) intermináveis e preços altos dos “chapas” (van, no dialeto changana) que não condizem com a realidade do serviço prestado. Tudo isso é apenas a ponta do iceberg. Assim como em qualquer grande centro urbano no mundo, os moçambicanos dependem diretamente do transporte coletivo para ir ao trabalho, ao médico, para a ir à escola, entre outros destinos.
A dificuldade de locomoção da população por aqui beira o absurdo. Todos sabemos que os transportes públicos em um metrópole são fundamentais para levar as pessoas de um ponto a outro na área dessa grande cidade. E aqui não há ônibus (poucos, na verdade) ou metrô que prestam serviços minimamente decentes, como estamos acostumados em nosso país. Acha o transporte público ruim no Brasil? Experimente vir para Maputo (risos).
O transporte coletivo é feito na maioria esmagadora das vezes pelos “chapas” e o desconforto, as más condições dos veículos e a superlotação incomodam muito os usuários. Não se respeita o número máximo de passageiros dentro dos veículos e quando todos entram, vejo dezenas de passageiros ficarem com o bumbum para fora e outros sentados na janela. Cinto de segurança? Ah, nem sei se existe isso para quem pega os “chapas”.
Na capital de Moçambique não há ônibus coletivos que ligam o centro aos bairros e os bairros ao centro. O que a população utiliza por aqui são essas vans de 15 lugares. Dependendo do horário você pode entrar numa van de 15 lugares e se deparar com mais de 25 moçambicanos espremidos como sardinhas dentro de uma lata motorizada.
Uma cartilha politicamente correta daria conta de que o meio de locomoção coletivo de uma grande cidade deve propiciar aos munícipes condições plenas de se locomover, garantindo o seu direito de ir e vir. Ela poderia mencionar a luta por uma melhor qualidade de vida para a população, traduzida por condições de transporte dignas, com segurança e acessibilidade. Poderia ainda intencionar uma rede de transportes integrada e eficiente para o povo.
Só que aqui o “maputense” fica a ver “chapas” lotados, apressados e que não o atendem. Os veículos são superantigos e os motoristas despreparados dirigem como se estivessem dentro de um fórmula 1. Detalhe: muitas dessas vans que transitam em Maputo sequer tem a documentação regularizada junto aos órgãos próprios.
Debates pertinentes ao transporte público são sempre bem vindos em qualquer grande centro urbano do mundo, mas no caso de Maputo, acho difícil se chegar a uma conclusão precisa. Aqui, como na maioria das metrópoles brasileiras, o transporte coletivo é caótico. Além do tráfego intenso de automóveis, vias pouco sinalizadas, esburacadas e semáforos que não se entendem, a capital de Moçambique sofre com a falta de cuidados por parte do poder público.
Pelo que apurei, o transporte coletivo é um dos serviços mais criticados pelos moradores de Maputo. E não é difícil entender o porquê disso, concorda?
Estimativas do Conselho Municipal
Chapas desconfortáveis e em más condições, motoristas que não param nos pontos e desrespeito aos horários são as críticas mais recorrentes.
Pensando nisso fui até a “Direcção Municipal de Transporte e Trânsito” de Maputo, órgão responsável pelo trânsito na capital vinculado ao Conselho Municipal (entenda Prefeitura), para falar com o responsável. O chefe desse departametno não se encontrava no gabinete durante toda a tarde que esperei e os funcionários não quiseram se manifestar sobre o assunto. Lá obtive apenas dados interessantes que mostro a seguir.
De acordo como o órgão que cuida do trânsito, “o número estimado de passageiros transportados durante o mês pelos operadores de transportes coletivos cadastrados é de 2,870.640 passageiros”. Pensei comigo: e os que não estão cadastrados? Bom, deixa isso para lá. Mas a verdade é que esse número é bem maior.
Veja abaixo o que pensam alguns usuários de chapa e chapeiros em Maputo.
Usuários:
Simião Alberto, 25 anos, comerciante informal. É morador do bairro de Zimpeto.
“Deve mudar a atitude dos cobradores e dos motoristas, porque há muitos chapas, mas não há seriedade por parte deles. Eles encurtam as rotas e não chegam aos terminais. Isso provoca um grande fluxo de pessoas e bixas enormes. (…) penso que o município deve entrar em contato com os motoristas para sensibilizá-los a mudar de comportamento, porque sofremos muito quando há fluxo de pessoas nas paragens e tem aparecido oportunistas que furtam nossos bens. Os chapeiros encurtam a distância sempre. Como eu não tenho carro pessoal e moro longe, a minha deslocação depende dos chapas e só através deles chego ao meu setor de trabalho.
(…) o preço dos chapas é razoável. O que tem acontecido é que acabamos gastando mais em relação ao valor simbólico marcado devido as ligações que fazemos diariamente. Para chegar ao Museu saindo de Zimpeto subo três chapas e diariamente gasto 25 meticas”.
Isabel Fernando, 42 anos, doméstica. É moradora do bairro de Kongolote.
“É difícil subir chapa. Diariamente para chegar em casa tenho de me sacrificar e entrar em qualquer chapa. Fico mais de 40 minutos a espera de chapa todos os dias. Apesar de existir muitos chapas para chegar em casa subo dois ou três chapas e em média gasto 30 meticais. O serviço só não é melhor porque falta planejamento. (…) o valor pago acho justo, mas nos tratam mal”.
Lucas José Cosabla, 52 anos, contabilista. Trabalha na Câmara do Comércio de Moçambique. É morador no bairro da Machava Socimol.
“Tudo deve mudar porque diariamente tenho ficado duas horas a espera de chapas. Estou aqui a mais de 35 minutos a espera do transporte e até agora nada. Os motoristas devem parar de encurtar as rotas. O que acontece é que, por exemplo, os chapas que deviam ir a Machava Socimol nunca chegam até o destino final.
(…) para chegar em casa tenho de fazer outras ligações de chapas ou caminhar a pé até a minha residência, porque os chapas encurtam as rotas. Mas ainda acho o valor dos chapas justo, tendo em conta o preço dos combustíveis e os custos de manutenção”.
Alice José Cuna, 20 anos, estudante da Escola Secundária Josina Machel. É moradora do bairro Ferroviário.
“Tem muitos carros, mas não circulam devidamente. Por dia subo quatro chapas, dois a ir a escola e dois a voltar. Com isso, gasto 20 meticais por dia quando só devia gastar apenas 10 meticais. Por que? Porque os motoristas encurtam as distâncias e não chegam até os terminais. Pela distância que os chapas andam, o valor do chapa ainda é justo, mas sofremos, tem vezes que não abrem as cadeiras para sentarmos, somos sujeitos a viajar de pé e apertados. O chapa não é confortável, as cadeiras tem lugar para três pessoas, mas sentam quatro, nos chapas maiores nem sentamos. Numa chapa que comportam 15 pessoas são transportadas 25, 30 pessoas. Apertados como em uma lata de sardinhas”.
Chapeiros:
Um chapeiro não quis se identificar. Mas falou abertamente sobre a questão.
“Faço a rota do Museu-Massaroca. O horário de pico é na parte da manhã e no final da tarde. Acho um pouco difícil nos darmos com os passageiros, porque cada um tem sua maneira de pensar e de reagir.
Os preços do chapa são relativamente baratos. A pessoa que pega o chapa daqui para o Benfica, por exemplo, paga 7,50 meticais. Mas há outros que descem por exemplo no Jardim e pagam 5 meticais. Para mim o preço ainda está bom. Acredito que se não houvesse o chapa iria haver muita dificuldade de circulação de passageiros em Maputo. Desde que trabalho como chapeiro, já me deparei com policiais um pouco chatos né, que não parecem racionais de vez em quando e se aproveitam da situação difícil no trânsito. Ficam sempre a extorquir dinheiro de nós motoristas”.
João F. Mateus, 40 anos, chapeiro há 9 anos.
“Os chapeiros tem muitos problemas. Temos tido problemas com engarrafamentos e com a tarifa paga que é um pouco baixa. A rota que faço e T3-Museu. Ultimamente, não tem hora morta, sempre muito trânsito e movimento.
Levando em conta o vencimento das pessoas as tarifas são até baixas e correspondem. Temos tido problemas com a polícia, em qualquer esquina tem polícias e você pode estar certo com todos os documentos que eles sempre arranjam algum problema.
(…) ser chapeiro não é rentável, quando faço as contas no final do mês vai me sair uns 25.000 meticais. Desses 25.000 gasto uns 7.000 com a revisão do carro, tenho que comprar pneus e tenho que pagar o trabalhador que cobras tarifas. No final, chego a ficar com uns 6000/7000 meticais por mês. Não é sempre muito rentável”.
Os cadeirantes não tem vez
Já andei bastante pelas ruas de Maputo e quase não vejo cadeirantes nas ruas. As ruas são queijos suíços (sem exceções), repletas de obstáculos. Quando penso nisso me revolto e fico a me perguntar: como um cadeirante transita por aqui? Não, ele não transita. Essa é a verdade.
Não há pontos de chapas descentes para quem tem dificuldade de locomoção, e imagine colocar um cadeirante dentro de um chapa lotado até na tampa? Não dá. Ponto. Triste constatação. E as autoridades competentes nisso tudo? Bom, devem estar tomando um chazinho gelado no Hotel Polana e com certeza não devem ter ninguém na família que é cadeirante ou deficiente visual.
Transitam apenas dentro de seus carros de vidros escuros com ar condicionado ligado e, com olhares indiferentes não percebem a dificuldade dos moçambicanos. Ponto. Outra triste constatação.
Como você vê é difícil mudar esse quadro tendencialmente negativo. Mas para além desses problemas apresentados, tenho que mencionar que me incomoda também a resignação dos moçambicanos. Há um conformismo generalizado quanto a isso que me assusta.
Confira abaixo algumas das rotas de chapas em Maputo, Matola, Marracuene e Boane:
Terminais em Maputo: Museu, A. Voador, Xipamanine, Hulene, Malhazine, Benfica, Albazine, Zimpeto, P. Combatentes, Costa do Sol, Matendene, Magoanine, Drive In, B. Jardim, Laulane, Baixa – Praca dos Trabalhadores e Oliveiras.
Terminais em Matola: Zona Verde, Machava-Benede, Machava-Socimol, Machava-Sede, Liberdade, Patrice Lumumba, Congolote, São Damanso, Padaria Boane, Malhampswene, Km -15, Nkobe, Mapandane (1º de Maio), Licuacuanine (Khongolote), T3, João Mateus, Fomento, Cidade da Matola, Matola “C”, Tchumene, Intaka, Singathela, Boquisso, Matola-Gare e Unidade “J”.
Terminais em Boane: Boane, Namaacha, Bela Vista, Changalane, Catuane, Massaca, Saldanha, Goba, Mafuiane, Matola Rio, Salamanca, Estevel e Rádio Marconi.
Terminais em Marracuene: Mateke, Muchafutene e Gwava.
(Mc) = Marracuene
(Mt) = Matola
(B) = Boane
|
De |
Para |
Via |
|
Museu
|
Xipamanine
|
Marien Ngobi
|
|
Museu
|
Albazine
|
Praça dos Heróis
|
|
Museu
|
Hulene
|
Praça dos Heróis
|
|
Museu
|
Hulene
|
E.Mondlane/Av de Angola
|
|
Museu
|
Laulane
|
E.Mondlane/Av de Angola
|
|
Museu
|
Laulane
|
E.Mondlane/Av de Angola
|
|
Museu
|
Magoanine
|
E.Mondlane/Av de Angola
|
|
Museu
|
Magoanine
|
E.Mondlane/Av de Angola
|
|
Museu
|
P.Combatentes
|
H.Central/Praca O.M.M
|
|
Museu
|
Malhazine
|
Benfica
|
|
Museu
|
Malhazine
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Museu
|
Matendene
|
Benfica
|
|
Museu
|
Zimpeto
|
Benfica
|
|
Museu
|
Zimpeto
|
Marginal/Oliveiras
|
|
A. Voador
|
Xipamanine
|
G.Popular/E.Mondlane
|
|
A. Voador
|
Costa do Sol
|
E.Mondlane
|
|
A. Voador
|
P. Combatentes
|
Kar Max/V.Lenine
|
|
A. Voador
|
P. Combatentes
|
Praça dos Heróis
|
|
A. Voador
|
Hulene
|
Praça dos Heróis
|
|
A. Voador
|
Hulene
|
Praça dos Heróis
|
|
A. Voador
|
Albazine
|
Praça dos Heróis
|
|
A. Voador
|
Albazine
|
Praça dos Heróis
|
|
A. Voador
|
Magoanine
|
E.Mondlane/Av de Angola
|
|
A. Voador
|
Malhazine
|
E.Mondlane/Av de Angola
|
|
A. Voador
|
Malhazine
|
E.Mondlane/Av de Angola
|
|
A. Voador
|
Benfica
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Xipamanine
|
Hulene
|
Av de Angola
|
|
Xipamanine
|
Drive In
|
A.v de Angola
|
|
P.Combatentes
|
Benfica
|
Hulene/Malhazine
|
|
Costa do Sol
|
B. Jardim
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Zimpeto
|
Cidade da Matola (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Zimpeto
|
Machava Socimol (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Zimpeto
|
P. Boane (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Zimpeto
|
Singathela (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Zimpeto
|
Singathela (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Benfica
|
Liberdade (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Benfica
|
1º de Maio (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Benfica
|
Inataka (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Benfica
|
Boquisso (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Benfica
|
Mapandane (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
Malhampswene (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
P. Lumumba (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
P. Boane (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
Fomento (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
Liberdade (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
Matola C (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
Machava Socimol (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
Cidade da Matola (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
Nkobe (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Baixa
|
Unidade H (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Junta
|
Cidade da Matola (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Junta
|
P. Boane (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Junta
|
Liberdade (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Junta
|
Machava Socimol (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Malhampswene (Mt)
|
Cidade de Matola (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Malhampswene (Mt)
|
Mozal (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Malhampswene (Mt)
|
Thcumene (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Malhampswene (Mt)
|
Boane (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Cidade da Matola (Mt)
|
P.Lumumba (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Cidade da Matola (Mt)
|
P.Lumumba (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Cidade da Matola (Mt)
|
Liberdade (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Cidade da Matola (Mt)
|
Nkobe (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Cidade da Matola (Mt)
|
Khongolote (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Matola C (Mt)
|
Michafutene (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Matola-Gare (Mt)
|
Machava-sed (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Matola-Gare (Mt)
|
Tenga (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
T.3 (Mt)
|
Matlemele (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
T.3 (Mt)
|
Licuacuanine (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Liberdade (Mt)
|
Mulotane (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
P. Lumumba (Mt)
|
Nkobe (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Tsivene (Mt)
|
Boquisso (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Muhalaze (Mt)
|
Drive-in (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Machava (Mt)
|
Mozal (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Matendene (Mt)
|
Singathela (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Mavoco (Mt)
|
Unidade J (Mt)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Namaacha (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Bela Vista (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Changalane (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Catuane (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Massaca (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Saldanha (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Goba (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Cèlula (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Mafuiane (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Salamanca (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Estevel (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Boane (B)
|
Radio Marconi (B)
|
Marginal/Oliveiras
|
|
Matola Rio (B)
|
Maputo
|
Marginal/Oliveiras
Espero que tenha gostado. Hambanine e até o próximo post!
|
-25.968945
32.569551