Moçambique – resistência e libertação

Terceiro post da série sobre a história de Moçambique. E nesse trato de situações que marcaram profundamente à vida dos moçambicanos. A resistência frente a uma colonização opressora.

Por se tratar de questões sensíveis e pela responsabilidade que me imponho ao tocar em fatos tão viscerais para o moçambicano continuo na minha linha de raciocínio: aqui não há uma verdade absoluta, esteja certo (a) disso! O que trago é meramente um recorte dessa vasta história ok?  Um breve esboço, talvez. Dito isso gostaria de ressaltar que tocar nesse assunto em Moçambique com as pessoas é um pouco complicado. Muitas são relutantes quando abordo a questão. Me pergunto o porquê, muitas vezes. Mas sem julgar.

A luta de resistência desse povo frente ao colonialismo português trouxe traumas sociais ainda sentidos hoje em dia. Morreu muita gente e muita injustiça marcou esse período no país. Talvez por isso, muitos moçambicanos quando vão tratar do assunto falam com certas reservas. Mas vamos à história, ou melhor, a um recorte dela.

 Libertação

Pelas conversas que tive com muitos moçambicanos e também pelas coisas que li a respeito, nos anos 50, efetivamente, o povo moçambicano começa a ser rebelar contra o colonialismo português. Nessa época surgem em todo o país diversos movimentos que defendem a Independência de Moçambique.  Mas nesse período, a questão da luta armada ainda não é colocada como alternativa. Tentam-se primeiro as vias de paz, porém sem êxito.

O que precipitou esse processo de libertação (tipo a gota d’água para eles) foram os acontecimentos de Mueda, em Cabo Delgado, no dia 16 de Junho de 1960. Nessa data, as forças policiais (que eram portuguesas) mataram injustificadamente vários moçambicanos que debatiam a questão da independência. 

Então, num momento em que já não mais havia a possibilidade de um acordo e uma independência pacífica no território de Moçambique, os grupos que desejavam a libertação do colonialismo se juntaram. E em 1964, uma consciência nacional tomou conta de grande parte da população, o que levou os moçambicanos a uma luta armada de libertação nacional.  Todo esse processo foi conduzido pela Frente de Libertação de Moçambique – a chamada Frelimo. E detalhe, positivo ou negativo, fica ao seu critério essa avaliação: a Frelimo está no poder até hoje.

Uma guerra desumana se inicia em meados de 64. Os portugueses não aceitaram a Independência pacífica do país, e ao cabo de dez anos, após milhares de mortes e um  massacre generalizado das reservas econômicas do país é findada a guerra com a proclamação da Independência de Moçambique em 1975. Moçambique então, se torna uma República, mas isso é tema para o próximo post.

Abaixo segue um vídeo bem interesse que dá ideia de como foi esse processo de resistência por parte dos moçambicanos.

 Hambanine, até lá!

Fonte de pesquisa: Já citei num post anterior alguns livros que me ajudaram, mas especialmente nesse post, o livro que norteou minha pesquisa foi: “Moçambique – A escalada do terror”, de Inácio de Passos.